No fundo do mar, bem além das ondas que os humanos conseguem ver, existia um lugar mágico chamado Coral Azul. Ali, viviam peixinhos de todas as cores: vermelhos como rubis, azuis como o céu, amarelos brilhantes como o sol. Cada um tinha um talento especial.
Entre eles estavam três amigos inseparáveis:
- Lia, a peixinha-luz, que iluminava tudo ao seu redor com uma pequena lanterninha natural na cabeça.
- Teco, o peixe-palhaço que fazia todos rirem, até mesmo o polvo rabugento.
- Bento, um peixe-espada pequeno, mas rápido como um raio.
Um dia, enquanto brincavam de esconder entre as anêmonas, ouviram um choro baixinho. Era um chorinho triste, que vinha de trás de uma grande rocha coberta de algas dançantes.
Os três nadaram até lá e encontraram… uma tartaruguinha presa!
– Eu me chamo Tuli… – soluçou ela. — Fiquei presa aqui enquanto procurava meu irmão. Agora tenho medo de não o encontrar nunca mais…
Lia iluminou o lugar, e Teco tentou animá-la com uma careta engraçada, mas a rocha era pesada demais para empurrar.
– Deixa comigo! – disse Bento, balançando a cauda. Ele nadou para trás, tomou impulso e… ZUUUM!
Deu uma espadada certeira na rocha, que se partiu em pedacinhos.
Tuli ficou livre!
Mas o problema não havia acabado: seu irmão, Tulo, ainda estava perdido no mar escuro.
Então, os quatro começaram a busca.
Lia iluminava os caminhos. Tico contava piadas para espantar o medo. Bento nadava à frente, abrindo espaço entre corais e algas. E Tuli guiava o grupo, tentando lembrar por onde tinha passado.
De repente, ouviram um toc-toc-toc metálico. Era um som que não parecia natural do mar.
Eles seguiram o barulho e encontraram Tulo preso dentro de um casco velho de um navio afundado. O casco fazia tanto barulho que ele não conseguia ouvir ninguém chamando.
Para resgatá-lo, todos trabalharam juntos.
Lia iluminou o interior do casco do navio. Teco distraiu uma moreia que morava por perto.
Tuli chamou o irmão com carinho.
E Bento fez pequenos cortes no casco até abrir uma passagem segura.
Tulo conseguiu sair nadando rápido e abraçou a irmã.
– Obrigado, amigos! – disse ele. – Vocês salvaram a gente!
Os peixinhos do Coral Azul celebraram nadando em círculos, fazendo bolhas brilhantes subirem até a superfície. A corrente marinha levou as bolhas para longe, como se o mar também comemorasse.
E assim, Lia, Teco e Bento aprenderam que, no fundo do mar, a amizade era mais forte que qualquer rocha, casco de navio ou escuridão.
E, desde aquele dia, todos ficaram sabendo: quando qualquer peixinho estiver em apuros, os amigos do Coral Azul estarão sempre lá para ajudar.


