A TARTARUGA APRESSADA

No meio da floresta tranquila, vivia Tina, uma tartaruga pequenininha e muito curiosa.

Tina gostava de brincar, explorar e conversar, mas havia uma coisa que a deixava triste: ela era sempre a última a chegar em todos os lugares.

Se começava uma corrida… chegava por último.

Se havia um piquenique… chegava quando os amigos já estavam guardando as coisas pra irem embora.

Se tinha uma contação de histórias… ela pegava só o final.

Cansada disso, um dia Tina subiu num tronco e anunciou com toda a coragem:

– Vou aprender a ser rápida! Vou ser a tartaruga mais veloz de toda a floresta!

Os animais se entreolharam, alguns acharam engraçado, outros acharam impossível… mas todos quiseram ajudar.

O primeiro professor de Tina foi Beto, o beija-flor, que batia as asas tão rápido que ninguém conseguia ver.

– Para ser rápido, explicou Beto, você precisa vibrar!

Tina tentou mexer as patinhas bem depressa… e caiu de costas.

– Talvez não seja exatamente o seu estilo, admitiu Beto, ajudando-a a levantar.

Depois foi a vez do Pedro, o coelho saltador.

– Rápido é quem salta longe! – disse ele, mostrando um pulo enorme.

Tina respirou fundo, encolheu as pernas e… pof! Deu um micro-saltinho que mal tirou poeira do chão.

– Hum… acho que preciso de outra ideia, coçou a cabeça o coelho.

Por fim, Tina pediu ajuda ao Vento Norte, que vivia assobiando por entre as árvores.

– Eu sou o mais rápido da floresta — disse ele orgulhoso — mas minha pressa não serve para todos.
– Então o que faço? — perguntou Tina, já desanimada.

O vento soprou de leve em seu casco e respondeu:

Você não precisa ser rápida para ser especial. Precisa encontrar seu próprio jeito de se mover pelo mundo.

No dia seguinte, Tina acordou cedo e, sem pensar em velocidade, decidiu apenas caminhar do jeito que conseguia.

No caminho, percebeu coisas que ninguém mais via:   o brilho do orvalho nas folhas; uma borboleta saindo do casulo; o canto de um pássaro que só aparecia ao amanhecer; Um brotinho minúsculo nascendo na sombra de um tronco.

Tudo aquilo era bonito demais para passar correndo!

Quando chegou ao lago, os amigos já estavam lá — mas, dessa vez, não riram nem reclamaram.

— Tina! Olha só o que você encontrou! — disse o coelho, admirado com as coisas que ela mostrava.
— Você descobre detalhes que ninguém nota — completou o beija-flor. — Isso é um talento.

Tina sorriu, orgulhosa pela primeira vez.

Moral da história: nem sempre o mais rápido chega primeiro ao que importa. Cada um tem seu ritmo e, às vezes, o caminho devagar revela maravilhas que os apressados não enxergam.

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