As caves da vinícola guardavam um silêncio antigo, quebrado apenas pela voz da guia turística que falava sobre terroir e safras.
Débora, por sua vez, caminhava devagar, arrastando-se atrás do seu grupo, até notar o homem apoiado a um barril. O olhar dele, firme e direto, a prendeu mais que qualquer vinho.
Quando os turistas seguiram adiante, ela ficou para trás.
— Estás perdida? — perguntou, Caio, com aquele francês atravessado por outro sotaque.
— Talvez… — respondeu, aproximando-se um pouco. — Talvez eu queira me perder por aqui.
O sorriso dele foi lento, calculado. Tomou a taça de sua mão, ergueu-a e fez com que ela bebesse um gole. O vinho escorreu pelo canto de sua boca, e ele o lambeu com um gesto íntimo e descarado.
— Você tem gosto de safra rara — murmurou Caio, antes de beijá-la.
O beijo não pediu licença: invadiu. O corpo de Débora foi pressionado por Caio contra os barris empilhados. As mãos dele deslizaram pelas curvas de Débora, apertando-lhe a cintura, subindo até os seios por baixo do vestido leve. Ela arqueou, gemeu baixo, prendendo o lábio inferior de Caio entre os dentes.
— Você vai me enlouquecer — sussurrou ela, ofegante.
— Eu já enlouqueci — respondeu, descendo a boca pelo pescoço até encontrar o decote.
O frio da cave contrastava com o calor que se espalhava pelos corpos. Caio levantou o vestido de Débora, explorando as suas coxas com dedos firmes. Ela abriu espaço, guiando a sua mão com urgência. O toque foi certeiro, molhado, roubando-lhe um suspiro estremecido.
Débora apertou-lhe os ombros, puxando-o mais para dentro de si. A cada beijo, a cada toque, era como se o tempo evaporasse. Ele a penetrou com os dedos, e o ritmo fez sua respiração descompassar, o corpo se perder no espaço entre os barris.
— Mais rápido… — pediu, quase sem voz.
Ele obedeceu, intensificando o movimento; Débora prendeu o gemido num beijo profundo. A sensação a atravessou como o vinho forte, espalhando-se inteira, até que precisou morder seu ombro para não gritar.
Quando os passos e vozes dos turistas ecoaram ao longe, eles pararam. O corpo dela ainda tremia contra o dele, o vestido desalinhado, os olhos ardendo de desejo.
Eles se afastaram devagar, respirando fundo, como quem guarda um segredo recém-provado.
Na saída, entre risos e compras de garrafas, Caio passou por trás de Débora e murmurou:
— O melhor vinho não se guarda. E foi embora, deixando-a com o corpo quente e úmido, o gosto do vinho nos lábios e a vertigem de um desejo interrompido.
